Em mais uma operação de combate às milícias que atuam no Rio de Janeiro, a Polícia Civil deu um golpe nas finanças de grupos paramilitares que controlam sub-bairros de Realengo, na zona oeste do Rio. Apenas com a venda de gás, a polícia estima que os milicianos movimentem cerca de R$ 100 mil por mês.
A operação da Delegacia de Realengo (33ª DP), que contou com apoio de outras sete delegacias, teve foco na revenda ilegal de gás. Foram interditados 17 estabelecimentos que funcionavam como distribuidoras, onde foram apreendidos 416 botijões.
Dez pessoas, entre administradores e funcionários das lojas de revenda, foram detidas e prestaram depoimento. Todas vão responder em liberdade pelo crime de revenda ilegal de combustíveis derivados de petróleo. Quatro motos usadas na entrega dos botijões também foram apreendidas.
A delegacia recebeu muitas denúncias de moradores sobre alto preço do botijão cobrado pelos milicianos, em média R$ 45. Em alguns lugares, alguns moradores pagavam até R$ 50, enquanto em outras regiões o valor médio é de R$ 38, como explica o delegado Ângelo Lages.
- Essa operação é apenas o primeiro passo do combate às milícias aqui em Realengo. Estamos atacando o lado financeiro que mantém a ação desses criminosos. A revenda de gás precisa de normas e critérios rigorosos, como um posto de gasolina, por exemplo, o que estes estabelecimentos não cumprem.
Apenas com os 416 botijões apreendidos, as milícias da região movimentariam mais de R$ 16 mil. Segundo o delegado, os milicianos também intimidavam comerciantes que tentavam revender gás de forma legal, o que garantia o monopólio dos milicianos.
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