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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Colégio Tasso da Silveira recebe um investimento de 9 milhões e reabre hoje.


"Chega de tragédia, chega de matança. Sou mais a paz e a esperança". As frases pintadas por um jovem do 8 ano estão em um dos 2.500 azulejos que compõem o enorme painel com desenhos e mensagens na área do pátio da Escola Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste. Passados dez meses do massacre que tirou a vida de 12 estudantes e feriu outros 12, o mural não é a única tentativa de su$ção do trauma daquele 7 de abril de 2011. Do antigo prédio em formato caixote inaugurado há 40 anos, pouco restou para ser lembrado: a fachada foi refeita, as salas remodeladas e um anexo com quatro andares erguido junto ao edifício principal. Hoje, início do ano letivo, as novas instalações serão apresentadas aos estudantes pelo prefeito Eduardo Paes.



A remodelação da escola, em obras que duraram sete meses e custaram R$ 9 milhões, foi uma das formas que $prefeitura encontrou para ajudar alunos, funcionários e professores a enfrentarem as lembranças de tristeza e dor.



— Na época da tragédia, logo nas primeiras horas quando estive lá, jornalistas me perguntaram se eu ia fechar ou murar a escola. Disse que não. Pelo contrário, temos ali o desafio permanente de continuar com aquele espaço de educação e de fazer com que ele gere boas lembranças. A Tasso da Silveira está sendo refundada sempre — disse o prefeito.



Colégio ganha prédio anexo e mais segurança



Uma das principais mudanças da nova fase da Escola Tasso da Silveira é percebida logo na entrada: o acesso deixou de ser feito pelo portão estreito, situado na Rua General Bernardino de Matos e foi transferido para a Rua Jornalista Marques Lisboa. Ali, no novo prédio anexo, a fachada principal ganhou um painel colorido com a frase "Escola Agora", feito pela artista plástica Laura Taves com participação dos alunos.



A obra desativou as duas salas onde as crianças foram atacadas. Uma teve a parede demolida e foi incorporada ao corredor. A outra foi remodelada e virou espaço multiuso. As 15 salas de aula foram equipadas com instalações para computadores. Todas foram climatizadas e receberam tratamento acústico.



— O prédio antigo, da década de 70, passou por um retrofit e ganhou um anexo com sala de informática, biblioteca, laboratório de ciências, sala multiuso para dança e caratê — explica o secretário municipal de Obras, Alexandre Pinto.



O projeto também aumentou a área construída, que passou de 480 metros quadrados para mil metros quadrados.



Para o diretor da instituição, Luís Marduk, a própria rotina da obra teve efeito terapêutico. Atualmente apenas um professor permanece de licença, curando-se do trauma.



— Nenhum paisagismo apaga o que passamos. Mas as obras nos ajudaram a dar ânimo para planejar o futuro — conta.



Prédio agora tem 20 câmeras, 2 porteiros e 4 inspetores



A rotina de arrumação da nova sala de leitura tem ajudado a professora de língua portuguesa Maria Dorotéia Azevedo a afastar da memória a trágica manhã em que o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a escola e disparou contra estudantes.



— Ele foi meu aluno. Naquele dia, veio me procurar primeiro. Estava calmo, conversamos e aí ele saiu da minha sala e fez aquilo tudo — lembra Dorotéia, de 69 anos.



A decisão de dar um novo prédio à Escola Tasso da Silveira, explica a secretária municipal de Educação, Claudia Costin, nasceu dos encontros com professores e funcionários.



— Ideias como o uso de crachás foram levadas para a toda a rede — conta Claudia.



Dez meses depois da tragédia, professores e funcionários agora usam identificação. Ex-alunos e pessoas de fora da escola só podem entrar no prédio com crachás e no horário de atendimento ao público. O prédio agora tem dois porteiros (não havia nenhum), quatro inspetores (antes era um só) e 20 câmeras de vigilância (antes eram 8). Apesar de muitos alunos terem pedido transferência da escola depois da tragédia, recentemente a procura por uma vaga na Escola Tasso da Silveira cresceu. Este ano, foram recebidas 97 novas matrículas.

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